Projeto Pesquisa na Área de Gestão Fundiária 

O Núcleo de Pesquisa Aplicada Interdisciplinar (NPAI) da Universidade Federal Fluminense, em parceria com o INCRA, está desenvolvendo pesquisa aplicada visando a avaliação da situação socioeconômica e produtiva de um conjunto de assentamentos da reforma agrária, situados nos estados de São Paulo, Maranhão, Piauí, Rio de Janeiro e Amapá. Os dados coletados nesta pesquisa serão utilizados pelo INCRA para titulação de 15.000 famílias que estão alocadas nos assentamentos em tela. A pesquisa tem sido desenvolvida desde o início do ano de 2021, e as atividades realizadas compreendem:

  1. Levantamento de informações e coleta de documentos sobre os assentamentos e assentados nas bases de dados como o Sistema Nacional de Supervisão Ocupacional (SNSO);
  2. Georreferenciamento de lotes;
  3. Realização de estudos a partir de levantamento socioeconômico e literatura produzida sobre os assentados e assentamentos em parceria com pesquisadores e professor da Universidade Federal Fluminense;
  4. Análise de Planos de Desenvolvimento e Recuperação dos Assentamentos;
  5. Elaboração de documentos, relatórios, manuais, artigos científicos e outras publicações a partir da pesquisa realizada por grupo de professores e pesquisadores da Universidade Federal Fluminense;
  6. Aplicação de Questionário com o responsável pelo lote no assentamento para levantamento socioeconômico da família e construção de relatórios na busca por entender contexto social, cultural e econômico dos assentamentos.

O objetivo é que 15 mil lotes em projetos de assentamentos constituam o público-alvo do projeto.

“IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL SOCIOECONÔMICO E PRODUTIVO DE ASSENTADOS DO PROGRAMA NACIONAL DE REFORMA AGRÁRIA EM ASSENTAMENTOS SELECIONADOS NOS ESTADOS DO RJ, SP, PI, MA E AP”

Como já afirmamos anteriormente, entre as atividades do projeto está situado o trabalho de pesquisadores e professores da UFF visando levantamento de dados recentes sobre os assentamentos e assentados a partir de diferentes temas como:

  • Agricultura familiar;
  • Água;
  • Assistência Técnica;
  • Crédito Agrícola;
  • Desenvolvimento Territorial;
  • Infraestrutura;
  • Gênero, raça, juventude;
  • Sustentabilidade;
  • Segurança alimentar dentre outros diversos tópicos que tem relação com os assentamentos.

O projeto é formado por uma equipe interdisciplinar que tem trabalhado em conjunto na busca por atingir os seguintes objetivos:

  • Caracterizar o perfil socioeconômico das famílias assentadas, identificando idade, sexo, categorias étnico raciais, grau de instrução, renda, número de componentes da família, origem do assentado (vinculação com meio rural), etc.
  • Identificar atividades que estão sendo realizadas e o volume de produção gerado, evidenciando o grau de exploração de atividades agropecuárias pelos assentados.
  • Comparar a produção atual com a realidade anteriormente existente no imóvel utilizado para a formação do assentamento.
  • Mensurar a rentabilidade da produção e verificar a viabilidade de garantia de renda para subsistência da família com a exploração do lote.
  • Mensurar o impacto de características socioprodutivas, econômicas e de acesso à políticas públicas na possibilidade de reprodução autônoma e sustentada das famílias nos assentamentos.

Algumas questões de pesquisa norteiam a investigação:

a)  a desapropriação produziu uma situação na qual o imóvel se tornou rentável e mais produtivo?

b) quais as configurações sociais concernentes a aspectos como infraestrutura de saneamento, acesso à água, acesso à educação, acesso à assistência técnica e segurança alimentar.

c) quais são as características socioprodutivas dos assentamentos? Quais são as políticas públicas que os assentados acessam? Estas características e condições de acesso possibilitam a reprodução autônoma das famílias assentadas? 

 

Para tanto, o trabalho da equipe de professores e pesquisadores tem sido realizado a partir das seguintes fontes:

 

  • Banco de dados com cadastros de todos os assentamentos. Informações por ano e por assentado.
  • Dados de produção anterior e valor de imóveis utilizados no PNRA.
  • Dados de outros ministérios e órgão do Governo Federal (Cadastro Único, Ministério da Cidadania, CONAB, Ministério da Educação).
  • Dados dos Censos Agropecuário de 2006 e 2017.
  • Banco de dados a ser composto a partir de questionário aplicado em amostra representativa das famílias residentes nos assentamentos que serão investigados nos estados do RJ, SP, MA, PI e AP.
  • Leitura e análise de Planos de Desenvolvimento e Recuperação dos Assentamentos.

 

Espera-se que a publicação das análises referentes à massa de dados coletados possa colaborar na criação e extensão de políticas públicas de perfil social para as famílias assentadas para que seja assegurado apoio a este grupo que tende a acumular um conjunto amplo de vulnerabilidades socioeconômicas.